A relutância dos bancos privados em emprestar à agricultura

Embora não seja incomum que amigos e parentes emprestem a juros zero (ou mesmo taxas negativas em termos reais), descobriu-se que os agiotas cobram 200% ou mais. Um estudo realizado entre produtores de arroz nas Filipinas, por exemplo, concluiu que 15 por cento dos produtores pagaram mais de 200 por cento de juros sobre os seus empréstimos do mercado informal, enquanto 20 por cento deles tinham empréstimos a taxas de juro zero. No Chile, estudos mostram que familiares, amigos e clientes emprestaram aos agricultores a taxas de juro zero ou mesmo negativas, enquanto lojas, comerciantes e agiotas emprestaram a taxas que chegam a 360 por cento.

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A relutância dos bancos privados em emprestar à agricultura em geral, e aos pequenos agricultores em particular, e a incerteza quanto à disponibilidade de crédito com juros elevados no mercado informal, têm sido as principais razões para a intervenção governamental nos mercados financeiros rurais. Também foi argumentado que a disponibilidade limitada de capital acessível atrasa, se não impede, a adopção de novas tecnologias de produção e a utilização de fatores de produção não laborais, como os fertilizantes. Isto, por sua vez, abranda o crescimento da produção e o desenvolvimento do setor agrícola. Finalmente, os governos intervêm frequentemente e tentam compensar os agricultores pelos efeitos adversos dos preços “preconceituosos urbanos” (ou seja, políticas governamentais que favorecem os residentes do setor urbano em detrimento dos habitantes rurais), impostos e políticas cambiais.